F I B R A DE ANANÁS
O ananás é uma das frutas tropicais mais cultivadas no mundo, principalmente em países asiáticos. Em 2021, a sua produção atingiu 28,6 milhões de toneladas e, consequentemente, há uma quantidade considerável de “restos” que são descartados. Contudo, é possível criar uma fibra a partir das suas folhas, que de outra maneira acabariam inutilizadas.
Esta fibra já é utilizada desde o séc. XVII nas Filipinas e, dada a produção em grande escala do ananás, tem potencial para um uso mais generalizado. É um material duro, mas leve e suave, é biodegradável, tem baixa densidade, bastante resistência [alta resistência e retém cor facilmente. Para além disto, tem um custo baixo e o seu processo de produção requer pouca energia, pois recorre-se a trabalho humano.
A fibra pode ser usada sozinha ou misturada com outros materiais e, dependendo de como é trabalhada, pode ter várias aplicações, por exemplo para fazer pele falsa, usar em calçado ou em bordados, entre outros.
Algumas empresas europeias vendem produtos com fibra de ananás, porém ainda não há uma cadeia de extração e tratamento das folhas para a obtenção da fibra na Europa. Os materiais são importados da Ásia, o que se torna uma prática menos amiga do ambiente.
Em Portugal é certamente um mercado a ser estudado, uma vez que o nosso país produz cerca de 1 milhão de toneladas de ananás nos Açores. A produção e utilização desta fibra não só têm benefícios para o ambiente, como também para as economias locais, criando emprego e acrescentando valor à agricultura.
F I B R A DE L E I T E
A utilização do leite, nomeadamente da proteína caseína, para a produção de roupa não é uma inovação recente. Esta fibra foi criada nos anos 30 e era utilizada para fazer um material extremamente semelhante à lã.
A aplicação deste material, para além de aproveitar os resíduos dos lacticínios (que não se destinam ao consumo humano), tem o potencial de ser utilizado para têxteis na área biomédica, uma vez que é uma fibra com propriedades antibacterianas.
É respirável, tem boa absorção e é resistente aos raios UV. Tem os contras de os resíduos do leite não possibilitarem uma produção em grande escala, ser mais caro e o material não ser tão versátil como outros apresentados. A sua sustentabilidade pode ser maior ou menor conforme o processo de produção.
Não perca o próximo artigo, onde continuaremos a explorar o inovador mundo das fibras sustentáveis!