Face à crescente diversidade de legislação em curso na União Europeia, o CENIT lançou a iniciativa “ModaPortugal Circular”, focada na sustentabilidade do setor têxtil. Este projeto inclui um ciclo de 12 talks, que têm como objetivo promover a conscientização e a discussão sobre as novas diretrizes de sustentabilidade.

 

A nossa empresa assistiu, representada pela nossa Diretora Comercial, Catarina Costa, à talk2, que abordou as Diretivas de Sustentabilidade da União Europeia.

 

 

 

 

Durante esta sessão, Rosa Maia,  consultora e  formadora do CITEVE, destacou  a urgência em que o setor  deve responder às mudanças climáticas e seus efeitos. Segundo ela, “as alterações climáticas e os seus efeitos, incluindo fenómenos extremos, têm afetado não só as cadeias de fornecimento, mas  também o futuro dos negócios.”  Também enfatizou o  aumento na produção global de fibras, que quase duplicou  desde 2000 e deverá continuar a crescer até 2030.  “O facto de consumirmos tem impacto em termos ambientais, porque utilizamos recursos naturais, mas também utilizamos o solo e acabamos por consumir água”, explicou.
Além disso, Rosa Maia  salientou que a  gestão do fim de vida dos produtos têxteis é  crucial, pois esses produtos geram  resíduos significativos. Em termos de pegada de carbono, a quantidade de CO2 emitida é alarmante, com cerca de 270 quilos por produto.

A Comissão Europeia estabeleceu uma estratégia para a sustentabilidade no setor têxtil, introduzindo regras para o ecodesign e o passaporte digital, com regulamento publicado em 2024. As empresas devem também cumprir a Diretiva de Reporte de Sustentabilidade Corporativa, que exigirá, a partir de 2026, a elaboração de relatórios anuais sobre o desempenho ambiental para grandes empresas. Rosa Maia acredita que “mais cedo ou mais tarde, as pequenas e médias empresas poderão também ter essa obrigação”, destacando que muitas já realizam relatórios de sustentabilidade de forma voluntária para atender às exigências de clientes e entidades bancárias.

Segundo Rosa Maia, o setor têxtil está a entrar numa nova era, com a legislação europeia a impor medidas rigorosas, desde o design de produtos sustentáveis até à gestão de resíduos. As empresas precisam de se adaptar rapidamente, ajustando os seus sistemas de informação e práticas para cumprir essas novas exigências legais. “Temos muitos desafios no horizonte”, afirma.

O setor têxtil está prestes a atravessar uma transformação  significativa impulsionada  pelas novas  diretivas da União Europeia, que  impõem novas obrigações para as empresas do setor. A sustentabilidade, já um tema central nas discussões sobre o futuro da moda, ganhará ainda mais relevância com a introdução de novas exigências legais que abrangem desde a publicação de relatórios de sustentabilidade até à implementação de passaportes digitais para produtos.

Saiba mais sobre estes documentos:

O Relatório de Sustentabilidade será uma das principais ferramentas para promover maior transparência e responsabilidade ambiental e social dentro das empresas. Este relatório permitirá aos consumidores e parceiros de negócio avaliar o impacto ecológico de cada empresa, forçando as marcas a adotarem práticas mais éticas e sustentáveis ao longo de toda a sua cadeia de valor.

Outra grande mudança será a introdução do Passaporte Digital do Produto, uma nova medida que facilitará o rastreamento e a transparência sobre os materiais e o processo de fabrico de cada item têxtil. Este passaporte permitirá que consumidores, reguladores e marcas acompanhem o ciclo de vida de cada produto, desde a sua criação até à sua eventual reciclagem ou descarte, promovendo um consumo mais consciente e responsável.
Estas mudanças não só incentivam uma maior responsabilidade empresarial, mas também preparam o caminho para um futuro onde a economia circular será uma realidade. A transição para uma indústria mais sustentável trará desafios, mas também oportunidades de inovação para as empresas que estão dispostas a adaptar-se e liderar este movimento.

 

 

Temos um caminho desafiador a percorrer !

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Fonte: Portugal Têxtil